1998, Marçianos I

1998. Este foi o ano em que completamos a maioridade, o que não quis dizer nada, pois já fazíamos (quase) tudo que a turminha com mais de 18 fazia na época. O mais velho da turma é o Zeymer, como não poderia deixar de ser. Na verdade ele deve ter vivido bilhões e bilhões de anos antes da gente, em outro planeta qualquer, muito distante de Marte. Mas por aqui, na Terra, seu aniversário é no dia 12 de março. Em seguida vem o Rafa, no dia 18. Lembro bem a alegria do garoto neste ano: seu maior presente foi o primeiro beijo. Depois, um dia depois, veio o meu aniversário. Só naquele ano fiz 18, mas já tinha trabalhado em sei lá quantos empregos. A cara de office-boy foi sumir tempos depois. Também, pobre com vontade de ser playboy dá nisso mesmo. Brunel sempre foi e sempre será o caçula, o nenénzinho da turma. Como é legal chamá-lo de pirralho logo quando o dia 19 se vai. Na época o Brunel representava a classe dos mendigos esfarrapados de dois locais: do Ceará e do Sion. Foi quando tudo começou...
Quando descobrimos que havíamos nascido todos no mesmo mês do mesmo ano, não deu outra. A ideia era comemorar juntos: Marçianos I surgiu com cedilha, para brincar com o mês e com as ideias interplanetárias que apareciam nas nossas cabeças. Ainda meninos, fizemos a primeira de uma série de festas. Fechamos a Cantina Del Rei, do véio de guerra Xulica (que Deus o tenha!), na Vila Del Rei, quase ao lado do saudoso Bar da Ana. Lotamos o lugar com nossos amigos e com fãs de duas bandas de Trash Metal que estavam bombando na época. Quando a Sulfur subiu no palco, Zé Zica e Marcelo Metal já tinham rachado a cabeça – literalmente – e mesmo assim continuaram mochar, mesmo com o melado escorrendo testa abaixo! Até o Arnaldo Godoy entrou na dança...